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Foto do escritorDébora Mesquita

Desvendando o poder das emoções na terapia: uma jornada transformadora.


 


uma mão segurando uma bússula

Nossa capacidade de sentir está profundamente enraizada em nosso DNA. Na AEDP, minha abordagem de trabalho, vemos nossas emoções como nossas bússolas internas, guias que nos ajuda a avaliar o mundo ao nosso redor. São as nossas respostas emocionais que nos ajudam a identificar situações que nos trazem alegria e conforto, ou indicam aquelas das quais devemos nos afastar ou permanecer alerta.

Entendo que nossas emoções tem o papel vital de nos comunicar sobre nossas necessidades e nos orientar ações para satisfaze-las. Conforme Goleman (1995) destaca: “cada emoção oferece uma disposição inconfundível para agir, cada uma delas aponta uma direção que funcionou bem para lidar com os desafios recorrentes na vida humana.” (apud Fosha, 2000).

Para explicar melhor. O medo tem a função de nos alertar sobre possíveis ameaças e perigos, refletindo nossa necessidade de segurança e proteção. É só porque sentimos medos que agimos de maneira a fugir ou nos afastarmos de uma determinada situação. A tristeza tem a função de comunicar nossa dor a nós mesmos e as pessoas a nossa volta, nos ajudando a elaborar e significar nossas perdas. Ela reflete a nossa necessidade de conexão afetiva e suporte, e é a partir dela que podemos nos mover em direção a buscar suporte e reconexão afetiva. Já a raiva tem a função de nos defender, proteger e nos impulsionar a superar obstáculos. Ela reflete nossa necessidade de respeito e autonomia, e é partir dela que comunicamos aos outros nossos limites e podemos avançar e crescer como seres dignos de respeito. (Mendes & Greenberg, 2022).

Entretanto, quando ativadas fora de contexto ou de maneira desorganizada, podem gerar prejuízos. Em um ambiente seguro, podemos sentir e expressar nossas emoções de maneira saudável, mas nem sempre isso acontece. Muitas vezes aprendemos ao longo de nossa história de vida formas desadaptativas de lidar com nossas emoções. Em alguns casos, experienciamos medo ou raiva desregulada, ou optamos por bloquear nossas emoções. Essas estratégias limitam nosso potencial emocional 

No processo psicoterapêutico, temos o foco de permitir acesso aos nossos recursos emocionais de maneira integral e adaptativa. Ao nos sentimos seguros para nomear, expressar e direcionar nossas emoções, não precisamos mais silenciá-las ou distorcê-las, construindo um caminho onde podemos usá-las como ferramentas transformadoras.

 

Referências utilizadas para construção do texto:

Mendes,. M. A., & Greenberg L., (2022). A clínica das emoções : teoria e prática da terapia focada nas emoções. Novo Hamburgo : Sinopsys Editora.

Fosha, D. (2000). The transforming power of affect: A model for accelerated change. Basic Books.

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