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Com frequência, na clínica, me deparo com queixas como “não consigo desligar minha mente.”, “meus pensamentos são muito acelerados.”, “minha mente não para nem na hora de dormir!”. Falas como essa ilustram um estado interno de extrema ansiedade que geram forte sofrimento.
Longe de ser uma questão individual, é importante pensarmos no contexto social onde esses sintomas aparecem. Os seres humanos são extremamente adaptáveis. Nosso cérebro é inteligente e sensível ao ambiente a nossa volta. Se estamos em um ambiente onde somos constantemente avaliados, a competitividade é incentivada e nossa capacidade de sermos multitarefas é altamente requisitada, qualquer tentativa de se afastar disso pode ser interpretada como uma ameaça. E nosso cérebro criará um jeito de nos proteger das ameaças.
Por isso, é importante sermos os principais críticos do nosso estilo de vida. “Porque será que minha mente parece entendem que não posso parar? O que estou temendo que de pior pode acontecer se eu me permitir relaxar? “. São reflexões que podem nos levar a entender o lugar que essa aceleração ocupa em nossa vida. Será que eu imagino que se eu não me dedicar tanto, não serei reconhecido? Será que entendo que me permitir algumas horas de descanso é “luxo”? E mais importante: esses pensamentos partem de crenças e valores saudáveis para mim?
É interessante perceber que a mente ansiosa precisa ser treinada novamente a encontrar a calma. Atualmente, sabemos que práticas de meditação podem ser aliadas poderosas na redução de ansiedade e estresse. E, como qualquer hábito, a incorporação dessas práticas precisa ser cultivada nos pequenos momentos, pequeno passo em pequeno passo.
Deixo a sugestão de um vídeo (fofíssimo!) disponível no link abaixo. Ele contextualiza a importância de nos distanciarmos do caos externo para voltarmos nossa atenção para nós por um minuto.